A revolução industrial trouxe muitos avanços para a sociedade, já que a mesma transformou o processo artesanal, de quantidades mais limitadas, em uma produção em escala industrializada, com a fabricação de produtos em massa e com possíveis preços mais atrativos para os consumidores, além de possibilitar o desenvolvimento de novas empresas, novos postos de trabalho, entre outros benefícios.
Com a possibilidade de mais itens de compra em circulação, as pessoas tiveram mais poder de escolha, pois houve uma maior variabilidade de produtos a serem negociados, assim o consumo pôde se tornar algo cada vez mais constante, o que começou um movimento sutil e lento inicialmente, mas que agora é uma prática cada vez mais comum e até perigosa, principalmente se verificarmos a análise que se faz a respeito, estamos falando sobre o consumismo.
É importante explicar a diferença entre consumo e consumismo, pois o primeiro trata de algo natural, que faz parte de uma atividade de compra de produtos e serviços para a subsistência humana, isso quer dizer que as pessoas precisam comprar coisas para suprir as suas necessidades. Já o consumismo refere-se ao consumo exagerado, ou seja, sem planejamento adequado e até "fora de controle" por parte de algumas pessoas, podendo até se tornar uma compulsão.
Uma pessoa pode desenvolver o consumismo por vários motivos diferentes, dentre os quais podemos citar alguns, tais como:
- O histórico familiar — pois pessoas que crescem com a influência de cuidadores consumistas podem ser influenciados por essa prática, assim como a desestrutura dos lares ser um potencial para pessoas serem mais propensas a desenvolverem vícios variados;
- A ansiedade — já que uma pessoa com esse transtorno pode ter uma necessidade de satisfação, mesmo que momentânea, o que a compra favorece, já que a mesma libera até uma substância no cérebro chamada de dopamina;
- A influência do marketing — as empresas têm se beneficiado cada vez mais dessa área para potencializar os hábitos de consumo social.
Os efeitos nocivos do consumismo são amplos, desde problemas no relacionamento amoroso ou familiar, problemas financeiros e até no ambiente de trabalho, isso porque o excesso de compras pode levar as pessoas ao endividamento, também pode fazer com que se passe horas em sites ou lojas de compras, além de fazer com que algumas busquem outras fontes de renda para saciar os impulsos de consumo excessivo, fazendo com que trabalhem mais, mas sem qualidade de vida.
E em relação à renda dos trabalhadores brasileiros, boa parte é comprometida com o cartão de crédito, além dos gastos feitos no débito, comprometendo muito o salário recebido. Inclusive O tema do endividamento da população fez parte de um artigo escrito por Melisa Murialdo e Victor Leahy, publicado por Economia em Pauta e reproduzido por EcoDebate, onde é relatado que é crescente O número de pessoas endividadas e que isso é uma crescente, além de relatar que quase 80% das famílias do nosso país já iniciaram o ano de 2023 com dívidas.
Tendo como base que recentemente passamos por uma pandemia e que a economia mundial ainda está se reestabelecendo gradativamente, principalmente nos países de terceiro mundo, os brasileiros estão fazendo escolhas de consumo ruins e que estão comprometendo a sua renda, que poderia ser melhor aplicada em boas fontes de lazer e em investimentos financeiros, não somente em comprar mais coisas que são fúteis, apenas por hábitos ruins e impulsos prazerosos momentaneamente.
Além disso, parte dessa renda é utilizada para pagar juros e mais juros, tornando-se uma "bola de neve" para o pagador, fazendo com que as preocupações se iniciem e os possíveis problemas também. Isso é um gerador de situações pessoais e profissionais desconfortáveis, podendo afetar a vida cotidiana de uma pessoa e até a sua saúde mental, onde algumas recorrerão à terapia, mas normalmente iniciam o tratamento por causa da ansiedade ou por fatores relacionados às questões de problemas de relacionamento familiar, ou com seus parceiros.
É importante uma conscientização dos estímulos que levam uma pessoa ao excesso de consumo, assim como melhores práticas de um consumo consciente, já que isso afeta não só a vida do indivíduo, o seu trabalho, suas finanças, mas também o seu ciclo social e até o planeta, pois a produção excessiva de produtos afeta o meio ambiente e os seus recursos naturais, já que cada vez mais se faz necessária a extração desses materiais no processo produtivo.
É importante também que as pessoas tenham uma melhor racionalização das suas escolhas, pois se ao invés de fazerem compras excessivas e que as levem ao endividamento, elas podem aplicar parte de suas rendas em algo que traga retornos futuros, como investir, fazendo com que o dinheiro trabalhe ao seu favor e seja algo positivo e não o vilão de seus dias. Assim, cabe uma reflexão sobre os seus hábitos, para uma avaliação se os seus hábitos de consumo são conscientes e como melhorá-los constantemente.
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